Personagens Marcantes de Viena

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A Imperatriz Sissi

 Isabel Amália Eugênia da Baviera (cujo apelido era Sissi)

 

  • Nasceu: 1837 Munique Alemanha
  • Morreu: 1898 Genebra Suíça (Assassinada aos 60 anos)
  • Casamento: 1854 (aos 17 anos) com o Imperador da Áustria Franz Joseph
  • Reinado: 1854 à 1898 (44 anos como Imperatriz e Rainha)

 

A Imperatriz Sissi foi uma figura controversa e misteriosa que marcou a vida da corte austríaca no século 19. Depois de passar uma infância simples no campo, no interior da Bavária na Alemanha, teve dificuldades para se adaptar aos rígidos protocolos da vida de imperatriz. 

Casou-se muito jovem (aos 17 anos) com seu primo, o Imperador da Áustria Franz Joseph I, que na época tinha 24 anos, mas já carregava nos ombros a difícil tarefa de governar um país. Na verdade, Franz era noivo de Helena (irmã de Sissi), mas quando a viu, se apaixonou à primeira vista. 

 Série da Netflix "A Imperatriz"

 

Comportamento

Sissi era tímida e introvertida, e sentia-se sufocada pelas formalidades da família Habsburgo. Ela e a sogra nunca se deram bem. Esse foi um dos grandes problemas enfrentado por ambas durante todo o casamento.

Ela era hiperativa e dormia pouco. Saía à noite para beber, ou passava horas da madrugada lendo e escrevendo. Tinha um interesse especial por história, filosofia e literatura. As poesias que escrevia eram relacionadas com viagens, temas clássicos gregos, românticos e quase sempre continham comentários irônicos sobre a dinastia dos Habsburgos, a qual pertencia. 

Começou a fumar, hábito esse extremamente chocante para mulheres da época. Seu comportamento gerava intrigas e fofocas na corte, inconvenientes que a família Habsburgo convivia e tentava contornar. 

  "Corsage", ótimo filme sobre a Imperatriz Sissi.

 

Sissi era uma mulher emocionalmente complexa e vivia mergulhada na melancolia. A linhagem da sua família alemã era tida como excêntrica. Seu primo favorito, o Rei Ludwig II (o que construiu o Castelo de Neuschwanstein) era considerado louco, e era com ele que Sissi passava a maior parte do tempo quando se ausentava de Viena para fugir da realidade. A vida do Rei Ludwig II foi muito interessante. CLIQUE AQUI para ver

 O Filme Ludwig II retrata bem a amizade dele com Sissi.

 

A imperatriz tinha uma saúde mental bastante frágil. De acordo com os médicos, as causas de suas doenças eram psicossomáticas, porque vinham sempre após alguma crise psicológica.

Emocionalmente, Sissi habitava um mundo completamente diferente do marido. Ele era apaixonado por ela, mas Sissi o evitava sempre que podia. Apesar dos pesares, Sissi e Franz tiveram 4 filhos: 3 meninas e 1 menino. Porém, devido seu comportamento questionável como mãe, a sogra nunca deixou Sissi criar os filhos sozinha, e sempre interferiu na educação das crianças. 

 

Beleza

Sissi tinha uma obsessão exagerada pela beleza. Era bonita, alta, magra e com pele bem branca. Mas à medida que os anos passavam, seu medo de envelhecer aumentava, tornando-a rígida com a dieta, com exercícios físicos e com rituais de cuidados com a pele. Ao longo da vida, sofreu de doenças relacionadas com anemia e exaustão física.

A Imperatriz mantinha hábitos de exercícios físicos extremamente rigorosos e disciplinados. Em cada castelo que morava era equipado com um ginásio (academia). Ela também praticava esgrima e gostava muito de equitação. Sua relação com os cavalos sempre foi muito forte. 

A vaidade com o corpo era excessiva. Sissi gostava de ostentar uma magreza extrema. Comia pouquíssimo, a ponto de desmaiar às vezes. Usava espartilhos tão apertados, que a deixavam sem ar, mas a cintura tinha que ser “de vespa”. Se policiava em relação a postura. Tomava banhos gelados pela manhã e de azeite à noite. Gostava de testar produtos de beleza, principalmente cremes preparados nas farmácias da corte.

Os cuidados diários com seus cabelos abundantes e extremamente longos, levavam pelo menos três horas. Ela tinha serviçais especialmente para isso. Seu cabelo era tão comprido que ela sempre reclamava do peso das elaboradas tranças (sua marca registrada) e das dores de cabeça que elas causavam. 

As tranças tinham até joias! A Estrela Sisi foi uma famosa joia projetada e confeccionada pelo joalheiro da corte Jakob Heinrich Köchert para a imperatriz usar no cabelo. É uma estrela de diamantes de 10 pontas que se espalha ao redor de uma enorme pérola. Na verdade, foram feitas 27 delas, para preencher as longas tranças de Sissi. Esse adorno aparece em várias fotos e pinturas da imperatriz. Curiosidade: Em 1998, a Estrela Sisi foi roubada. A joia estava em exposição no Palácio de Schönbrunn, em um evento que comemorava o 100º aniversário do assassinato da imperatriz. Em 2007, a joia foi recuperada pela polícia canadense e devolvida para a Áustria.

Em 1858, nasceu seu terceiro filho, o Príncipe Rodolfo, herdeiro do trono.

1867 → Ela manteve uma profunda relação com a Hungria e ajudou a criar a monarquia dual da Áustria-Hungria. Ela e Franz foram coroados Rei e Rainha da Hungria. Depois disso, Sissi passou bastante tempo em Budapeste.

 Sissi vestida como Rainha da Hungria.

 

1871 → Sissi fazia muitas obras de caridade, e nesse ano, mandou construir em Viena um asilo para loucos totalmente equipado, lugar que visitava sempre que podia. 

1872 → Sua sogra faleceu. Com isso, Sissi assumiu o papel de mãe com mais autonomia e pode criar seus filhos com um pouco mais de liberdade.

1889 → A morte de seu único filho foi um golpe do qual Sissi nunca se recuperou. Rodolfo, que havia completado 30 anos, foi encontrado morto junto com sua jovem amante, a Baronesa Mary Vetsera, no que se suspeitou ser um assassinato-suicídio da parte dele. Foi um escândalo. 

  A Rainha de Luto, pintura de Filipe Aleixo de László.


Sissi se retirou das funções cerimoniais na corte e como fuga, e para acalmar as angústias, passou a viajar muito, sempre desacompanhada. Para evitar que ele seu marido ficasse sozinho durante suas longas ausências, Sissi encorajou o relacionamento dele com a atriz Katharina Schratt.

1890 → Ela mandou construir um palácio na ilha grega de Cofu, para onde ia com frequência. É o Castelo de Achilleion, que hoje é aberto ao público e é um destino bastante visitado pelos turistas que vão à ilha. 

Nos anos seguintes, Sissi viajou por vários países do Mediterrâneo à bordo do Miramar, o Navio Imperial.

 

A Morte de Sissi

Em suas viagens, Sissi procurou evitar a atenção do público e multidões. Viajava incógnita, modesta e usando pseudônimos para não ser reconhecida. Era acompanhada basicamente por suas damas de companhia.

Em 1898, enquanto viajava por Genebra na Suíça, Sissi foi mortalmente ferida por um anarquista italiano chamado Luigi Lucheni, de 25 anos. Ele enfiou em seu abdômen uma faca muito fina, tipo um espeto, que atingiu suas vísceras discretamente e profundamente. Sissi não morreu imediatamente. Nem mesmo sangrou. O espartilho apertado estancou o sangue. Só foram descobrir o que havia acontecido quando ela desmaiou e foi examinada. Mas já era tarde demais. 

Luigi Lucheni planejou originalmente matar outro soberano (Filipe Duque de Orleans, pretendente ao trono da França). Mas naquele dia, Filipe havia deixado Genebra mais cedo que o programado. Não conseguindo encontrá-lo, o assassino escolheu Sissi quando a reconheceu como imperatriz. 

Depois de capturado, ele declarou: “Sou anarquista por convicção. Vim a Genebra para matar um soberano, com o objetivo de dar exemplo aos que sofrem e aos que nada fazem para melhorar sua posição social. Não importava para mim quem era o soberano que eu deveria matar. Não foi uma mulher que eu golpeei, mas uma Imperatriz. Era um soberano que eu tinha em vista.”

Ao saber da notícia, o Imperador Franz foi pessoalmente à Genebra cuidar de tudo. Ao avistar o corpo de Sissi, disse: "Ninguém nunca saberá o quanto eu amei essa mulher". 

O corpo foi levado de volta à Viena de trem. Foi decretado luto profundo em todo o império Austro-Húngaro. Sissi foi enterrada na Cripta Imperial de Viena, onde se encontra até hoje.

Luigi Lucheni foi julgado e condenado a prisão perpétua. Mas, 12 anos depois do crime, Luigi se suicidou. Foi encontrado morto dentro de sua cela em Genebra, enforcado com próprio cinto.

O Quai du Mont-Blanc é o calçadão que fica às margens do Lago Léman em Genebra. Há nele uma estátua da Imperatriz Sissi, na Rotonde du Mont-Blanc, marcando o local exato do assassinato. 

Palácio de Hofburg em Viena é dedicado à Sissi. Nele há um museu com itens pessoais que contam a história da vida marcante da imperatriz. Para ver o museu CLIQUE AQUI

 

O compositor Mozart

  Wolfgang Amadeus Mozart

 

  • Nasceu: 1756 Salzburg Áustria
  • Morreu: 1791 (aos 35 anos) Viena Áustria

 

Mozart foi um compositor do período clássico, autor de mais de 600 obras. Foi um garoto prodígio, começando sua carreira musical aos 4 anos de idade. Ainda criança, viajou pela Europa se apresentando para a realeza, maravilhando a todos com seu talento precoce.

Hoje em dia, é visto como um dos maiores compositores de todos os tempos. Suas obras foram aclamadas por todos os críticos de sua época. Se tornou um ícone que influenciou vários outros compositores ao longo dos séculos 19 e 20.

Mozart nasceu em Salzburgo Áustria. Foi o sétimo e último filho de uma família de classe média. De todos os filhos, somente ele e uma irmã sobreviveram à infância. 

  Mozart e sua irmã Nannerl.

 

Mozart e sua irmã mostraram uma notável habilidade musical desde cedo. O pai deles abandonou a profissão (também de músico) para se dedicar a educação dos filhos. 

O seu aprendizado musical começou com 4 anos de idade. Aos 5 anos, já dominava o teclado e o violino, e logo começou a compor. 

Relatos dizem que a criança Mozart tocava maravilhosamente bem. Era capaz de identificar qualquer nota musical, tocar como um adulto, improvisar em vários estilos e tocar teclado com um tecido cobrindo as teclas. 

Mesmo com pouca idade e ainda bastante infantil, só se dispunha a tocar diante de um público que levava a música a sério. Era uma criança animada, espirituosa e cheia de charme. Logo, começou a se apresentar publicamente.

Em 1761, Mozart fez sua primeira aparição pública em Salzburg. Depois se apresentou em Viena para a Imperatriz Maria Teresa da Áustria. Daí em diante, começou a viajar para outros países: Alemanha, França, Inglaterra, Países Baixos e Suíça, passando por vários centros musicais importantes pelo caminho. 

Foram cerca de 20 anos fazendo extensas viagens pela Europa, organizadas pelo pai com objetivos declarados de consagrar seus filhos e obter ganhos financeiros.

Os rendimentos da família nesta época chegaram a números razoáveis, mas o pai de Mozart não estava satisfeito com as perspectivas de progresso profissional do filho, que tentava obter uma posição melhor em várias outras cortes, dentro e fora da Áustria, mas não conseguia. 

Aos 19 anos, Mozart estava frustrado com as condições limitadas da sua vida musical. Começou a viajar para se apresentar sozinho e mantinha assíduo contato com seu pai por carta. Era clara a preocupação do pai com a falta de objetividade do filho, sua irresponsabilidade com o dinheiro e sua tendência a procrastinar decisões. Mozart passou tempos fora de casa, e quando retornou, estava com as finanças em estado precário. 

Durante todo esse período, Mozart nunca parou de compor. Escreveu várias obras, incluindo sinfonias, concertos, óperas, serenatas e sonatas. Mesmo assim, não conseguia encontrar estabilidade profissional e nenhum lugar.

 

Aparência

Mozart era baixo, magro e pálido. Quando criança, contraiu varíola, e a doença havia deixado marcas em seu rosto. Contudo, seus grandes olhos azuis chamavam atenção, e seus cabelos eram fartos, finos e loiros. 

Sua orelha esquerda era deformada, e por isso, ele sempre a mantinha escondida sob o cabelo. Seus dedos também tinham deformidades devido à prática excessiva no teclado. 

Quando adulto, adquiriu uma papada e seu nariz se tornou proeminente, o que deu origem a piadas nos jornais. Embora essas descrições possam ser exageradas, em vários momentos se registrou a preocupação de Mozart de compensar sua falta de beleza física com a elegância nos trajes, sapatos e no penteado.

 

Casamento

  Constanze, esposa de Mozart.

 

1781 → Em uma de suas viagens, Mozart (aos 25 anos) começou um envolvimento afetivo com Constanze, em Mannheim na Alemanha. No ano seguinte, se casaram em Viena. Ao que tudo indica, a união foi bastante feliz. 

Infelizmente, ao longo do casamento, 3 bebês nasceram e morreram logo em seguida. Mas 2 sobreviveram e cresceram saudáveis.

  Os dois filhos de Mozart: Franz Xaver (esquerda) e Carl Thomas (direita).

 

Vida Financeira

A vida financeira de Mozart, agora casado, continuou desorganizada. Ele vivia em dívidas e fazia muitos empréstimos. Para sustentar a família, Mozart dava aulas e publicava várias obras impressas, que também lhe traziam algum lucro. 

A vida de Mozart era assim, períodos com dinheiro entrando e períodos de repetidos apelos por socorro financeiro. Embora evidentemente pobres, os Mozart não estavam na miséria. Ele ainda recebia o salário da corte, dava aulas, alguns concertos traziam renda e ainda vendia peças. Suas necessidades básicas estavam supridas e podiam ainda dispor de um criado e uma carruagem. 

Mesmo deprimido e se sentindo humilhado, continuava produzindo obras de grande importância.

1784 → Mozart ingressou na Maçonaria, escrevendo música para rituais maçônicos. 

1785 → Mozart atinge o ápice da carreira, envolvido em inúmeros concertos, morando em um apartamento confortável em Viena, desfrutando de merecida fama. (Hoje a casa funciona como Museu de Mozart). Mas, os rendimentos de um músico independente eram incertos e logo as dificuldades voltaram e ele foi obrigado a recorrer a outros empréstimos. 

  A casa que Mozart viveu, atrás da Catedral de Santo Estêvão, hoje é um museu sobre o compositor.

 

1787 → O pai de Mozart morreu. Mozart renunciou à sua parte da herança, deixando tudo para sua irmã. Mudou-se para um outro apartamento bem mais modesto, e nos meses seguintes não há registro de aparições públicas de Mozart. Esteve doente por um breve período, mas continuou a dar aulas. É possível que tenha dado algumas lições para o jovem Beethoven em sua primeira e curta visita a Viena. 

 

Morte

Mozart morreu em 1791, em Viena, aos 35 anos. A causa da morte foi diagnosticada como febre miliar aguda. 

Se formou um folclore sobre sua morte e foram propostos vários diagnósticos diferentes, surgindo inclusive versões falando de conspirações e assassinato por envenenamento. Mas todas as suspeitas são hipotéticas e algumas bastante fantasiosas. Possivelmente se tratou de fato de um retorno fatal da febre reumática que o atacara na infância. 

O filme AMADEUS, de 1984, fala sobre a possibilidade do assassinato. Após tentar se suicidar, Salieri confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart e relata como conheceu, conviveu e passou a invejar o compositor, que era um jovem irreverente e que compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus.

 Cena do filme AMADEUS, de 1984.

 

Mozart foi velado na catedral de Viena e enterrado com discrição em uma cova não demarcada no cemitério da Igreja de São Marcos, sem nenhum cortejo especial. Não foi erguida nenhuma lápide e o local exato da tumba é até hoje desconhecido. 

Apesar desse ser um costume comum na época, os vienenses foram acusados de não tratar Mozart como um grande gênio, nem na sua morte. Porém, os maçons foram unânimes em reconhecer a grandeza de Mozart. Mandaram celebrar uma missa suntuosa e publicaram um elogioso sermão proferido em sua honra. Vários concertos foram dados em sua memória, e alguns deles tiveram a renda revertida em benefício de Constanze. Em Praga, as homenagens fúnebres foram ainda mais grandiosas do que em Viena. 

Mozart deixou herança considerável em manuscritos, instrumentos e outros objetos, mas a avaliação financeira dela foi pequena.

 

Imperatriz Maria Teresa da Áustria, Família Habsburgo

  • Nasceu: 1717 Palácio de Hofburg, Viena Áustria
  • Morreu: 1780 (aos 63 anos) Palácio de Hofburg
  • Reinado: 1740 à 1780 (40 anos como Imperatriz)

 

Maria Teresa foi a primeira e única mulher a governar sobre os domínios dos Habsburgos e a única mulher que governou o Império Austríaco ao longo de tantos anos. Foi a soberana toda poderosa da Áustria, um dos países mais importantes de seu tempo, governando grande parte da Europa Central. Ela reinou por 40 anos. 

Maria Teresa era Habsburgo por parte de pai, o Imperador Romano-Germânico Carlos VI. Ela foi criada nos grandiosos e pomposos palácios austríacos. Sua educação ficou a cargo de Padres Jesuítas. 

Era uma criança séria e reservada que gostava de praticar canto, encenar trechos de óperas, atirar com arco e flecha e cavalgar. Teve aulas de etiqueta, desenho, pintura, música e dança, disciplinas que a educavam somente para ser uma rainha consorte, não uma monarca soberana. 

  Registros mostram que Maria Teresa tinha grandes olhos azuis, cabelos claros levemente avermelhados, boca larga e um corpo robusto.

 

Com autorização de seu pai, Maria Teresa participava de reuniões do Estado desde os 14 anos de idade, mas os assuntos políticos nunca eram discutidos com ela, porque Carlos VI sempre esperou o nascimento de um filho varão e nunca chegou a preparar a filha para um papel de soberana. Porém, esse filho homem nunca veio.

 

Casamento e Filhos

1736 → Maria Teresa casou-se aos 19 anos com Francisco I. O amor pelo seu marido era forte e possessivo. Ela era extremamente ciumenta e a infidelidade de Francisco foi o maior problema que ela enfrentou durante todo o casamento.

Ao longo de 20 anos, tiveram 16 filhos... DE-ZES-SEIS!!! (três morreram enquanto crianças) e 20 netos. 

Maria Teresa sempre foi uma mãe devota, mas dominadora: escrevia a todos os filhos ao menos uma vez por semana e acreditava que tinha o direito de exercer sua autoridade sobre eles, independentemente de sua idade ou posição.

Maria Teresa teve seu último filho quando já estava com 39 anos de idade. Ela dizia que se não estivesse quase sempre grávida, teria ido lutar mais vezes nas guerras. Ela chegou a ir para a batalha 2 vezes.

 

CURIOSIDADE:

A família Habsburgo tinha uma característica bem peculiar: eles não usavam a força bruta para conquistar poder e ampliar seus domínios. Ao contrário disso, usavam (com astúcia) a política de estabelecer alianças através de arranjos matrimoniais. Os Habsburgos tinham a estratégia de casar seus membros com membros de outros impérios, aumentando assim sua influência e poder pelo mundo, mesmo que isso sacrificasse a felicidade de seus filhos. Tudo para o benefício do Estado. Eles eram apenas "peças" em jogos dinásticos. 

Com essa proeza, os Habsburgos (tanto homens quanto mulheres) reinaram como soberanos nos principais países da Europa, como França, Espanha, Itália, Portugal, Hungria, Croácia, Países Baixos, e outros.

No caso da Imperatriz Maria Teresa, a maioria dos filhos e filhas se tornaram monarcas importantes que reinaram em outros impérios, como por exemplo, Maria Antonieta Rainha da França. 

 

Reinado

1740 → Com a morte do seu pai, Maria Teresa se tornou imperatriz aos 23 anos. Isto só se tornou possível porque seu pai aderiu à causa que permitia a sucessão feminina. Antes, somente o filho homem poderia assumir o trono. O Imperador Carlos VI, pai de Maria Teresa teve duas filhas e nenhum herdeiro varão. Por isso, preparou cuidadosamente uma lei, a Pragmática Sanção, na qual declarava que seu reino não poderia ser dividido, e que filhas mulheres poderiam também herdar o trono paterno.

O imperador deixou para a filha um país arruinado financeiramente, falência agravada pelas recentes guerras. Além disso, o exército estava com poucos homens. Maria Teresa se encontrava numa situação difícil: não sabia o suficiente sobre as questões de Estado. Ela decidiu manter os conselheiros do seu pai e deixou para o marido cuidar dos outros assuntos. Ambas as decisões foram infelizes. Maria Teresa então decidiu assumir o poder ela mesma.

Ela foi uma monarca com qualificações acima da média. Possuía raciocínio rápido e determinação. Foi responsável por grandes reformas financeiras e educacionais, promoveu o comércio e desenvolveu a agricultura, além de reorganizar o exército austríaco, o que fortaleceu a posição internacional da Áustria. Tais políticas, juntamente com a sua ambição, contribuíram para fazê-la uma das soberanas mais poderosas e temidas da Europa, comparável à rainha Vitória do Reino Unido, por exemplo. 

No entanto, católica devota como era, não permitiu uma tolerância religiosa, e seu regime foi tido como preconceituoso. 

1765 → Francisco faleceu, e Maria Teresa ficou viúva aos 48 anos. O casamento durou quase três décadas. A Imperatriz ficou devastada. Ela abandonou todo tipo de ornamentação, passando a usar os cabelos curtos, pintando seus aposentos de preto e vestindo luto pelo resto de sua vida, além de se retirar totalmente da vida na corte, deixando de comparecer a eventos públicos. Sua viuvez quase afetou sua saúde mental.

  A Imperatriz viúva com seus filhos mais velhos.

 

Maria Teresa optou por não abdicar do trono e nomeou seu filho mais velho (José II) imperador consorte para auxiliá-la. Os dois passaram a governar juntos, apesar dos frequentes desentendimentos ideológicos.

No início do reinado, Maria Teresa acreditava que sua causa era a causa do povo. Porém, em seus últimos anos de vida, se tornou uma tirana (déspota). Ela exercia a autoridade absoluta, independente das vontades do povo, do Estado ou da igreja. 

Ela reinou por 40 anos!

 

Morte

1780 → É pouco provável que Maria Teresa tenha se recuperado totalmente de uma varíola contraída em 1767. Ela sofria de falta de ar, fadiga, tosse e insônia. Mais tarde, também desenvolveu um edema. A imperatriz adoeceu, aparentemente por um resfriado grave, e morreu disso. José II a sucedeu no trono. 

A imperatriz está sepultada na Cripta Imperial de Viena, em um sarcófago duplo, ao lado de seu marido.

Maria Teresa deixou um império revitalizado, que influenciou o resto da Europa durante o século 19. Seus descendentes seguiram seu exemplo e deram prosseguimento ao seu tipo de governo. 

 Túmulo de Maria Teresa e do marido na Cripta Imperial de Viena.

 

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Ana Cassiano

Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.

MMorei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.orei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.